quinta-feira, 26 de julho de 2012

Ó fonte da minha aldeia, João Lopes



Ó fonte da minha aldeia,
Que serves vacas e gentes.
Esta, que de ti anseia,
Que a sua aldeia aguentes.


Com tua água dás vida
À gente da nossa quinta.
Gente com histórias vividas,
Gente que o tempo finta.


De ti brota muita água,
A mais fresca que senti!
Com ela apago a mágoa
Da gente que um dia perdi!


Vou contar-te minha fonte,
A razão da minha escrita:
Pra que a morte não me conte
Deixarei a vida dita.


Nas tuas costas é certo,
Lá estou eu anualmente.
Reunido com a família,
Com frio de bater o dente.


E com saudade te deixo,
Levo-te no coração!
Mas, por agora, não me queixo,
Levo água de recordação!

João Lopes
25 de Julho de 2012
Vale de Pena, Vimioso



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